segunda-feira, 16 de março de 2009

A HISTÓRIA DO LIVRO

A HISTÓRIA DO LIVRO
da Antiguidade a Idade Média

“Uma história que não cabe em um livro!”


Desde os primórdios de sua história, o livro teve vários nomes, formatos e rótulos: de objeto, artigo de luxo à inimigo da sociedade (durante principalmente a Inquisição).
Assim que surgiu a escrita, criou-se a necessidade da existência de um suporte, onde se poderia registrar graficamente uma informação. Dessa forma, os sumérios, precursores da escrita, utilizaram da argila (material abundante na mesopotâmia) para suporte da escrita que criaram, chamada cuneiforme. A partir daí, buscando formas mais eficazes para registrar a escrita, surgiram os papiros. Os papiros eram muito mais vantajosos que a argila, pois não quebravam, eram mais leves, mais maleáveis e podiam ser transportados em rolos. Foram difundidos do Egito até o Oriente e o Mediterrâneo. Uma das civilizações que adotou o papiro foi a civilização romana. Para se confeccionar um rolo de papiro (chamado pelos romanos de Volumen, daí o vocabulário volume), enrolava-se o papiro entorno de um pedaço de madeira ou osso de marfim. Assim surgia a primeira forma de livro, cujo nome deriva da palavra liber, tipo de película encontrada sobre a casca de árvore, que constituía um tipo mais antigo e material para escrever.
O aparecimento dos papiros além de propiciar um avanço no suporte da escrita, proporcionou também o crescimento e propagação de conhecimento. O número de bibliotecas públicas cresceu, e em 370 d.C, durante o Império Romano, havia 28 bibliotecas públicas em Roma. Essas bibliotecas eram divididas em duas seções: a grega e a latina. O acesso a leitura estimulou a produção comercial de livros, criando as livrarias. Como ainda não existia a imprensa, a circulação de livros em várias tiragens dependia do trabalho dos copistas. Cada autor mandava executar várias cópias de suas obras junto a editores que possuíam oficinas de copiadores. Esse autor poderia confiar a reprodução de seu livro a mais de um editor, que poderia acrescentar e modificar o original. No momento de comercializar os livros, os comerciantes vendiam as cópias muito caro e lucravam, pois não pagavam direitos autorais e compravam os livros antes do autor ficar famoso. Devido a seu alto custo, possuir livros significava sinônimo de supremacia e ostentação. Acompanhando o exemplo imperial, os cidadãos particulares mais abastados adaptavam um cômodo de sua residência para que servisse de sala de leitura, denominada auditorium. Àqueles que não podiam ter sua biblioteca particular, restavam duas opções: exibia seus poucos exemplares lendo em locais públicos ou assistiam à uma apresentação de leitura pública de livros, usada pelos autores como forma de divulgação de seus livros. Durante essas leitura públicas porém, a estrutura do livro (volumen) em rolos de papiro, dificultava a apreciação de vários trechos de uma só vez e impedia que se fizessem anotações (pois as duas mãos ficavam ocupadas segurando o rolo de papiro). Para facilitar essa leitura, foi criado, entre os séculos II e IV d.C o códice, um novo formato em que as folhas (não mais de papiro e sim de pergaminho -couro- que eram mais resistentes, flexíveis e se podiam dobrar - porém eram mais caras pois sua fabricação era mais demorada) eram dobradas em cadernos, que eram unidos uns aos outros. Dessa forma, surgia o livro, tal qual conhecemos hoje.
O surgimento do livro, assim como encontrou simpatizantes, encontrou rivais. Nos primeiros passos de sua história, apareceram várias tentativas de criar obstáculos à sua difusão: os romanos usavam o instrumento de censura para impedir que conteúdos ameaçassem o poder instituído, algo que se repetiria também na Idade Média, no período de Inquisição, no qual o livro em forma de códice foi fundamental para que se pudesse escondê-lo e não fosse queimado. Com essa opressão da Igreja à leitura de livros e com as invasões bárbaras na Idade Média, que acabaram por destruir várias bibliotecas, observou-se uma ampliação no número de analfabetos. Os poucos livros que existiam provinham de oficinas de escribas que tornaram a profissão livreira em cristã.

Nenhum comentário: