terça-feira, 30 de novembro de 2010

Vasarely - O mestre em 3D na tela 2D






"A arte de amanhã será um tesouro coletivo ou deixará de ser arte."

Um dos fundadores da arte cinética e um dos principais representantes da "op art", Victor Vasarely foi o criador de uma obra de alcance e acesso social. O pintor e escultor húngaro, radicado na França, utilizou o recurso da reprodução gráfica para ampliar sua capacidade de fazer circular a obra de arte. Com o entusiasmo de consolidar novos elementos para a integração social também foi um dos pioneiros a considerar a arte como um “tesouro coletivo”, do qual todos devem participar.
A seleção de serigrafias, composta por 21 obras, exemplifica a maestria de Vasarely na investigação das superfícies cromáticas e suas relações no espaço como síntese e reflexo do mundo. A coleção é proveniente da Fundación Museos Nacionales, instituição vinculada ao Ministerio del Poder Popular para la Cultura de la República Bolivariana de Venezuela. A mostra conta com o patrocínio da Agência de Fomento, COPEL, COMPAGAS, SANEPAR, CAIXA e o apoio do Ministério da Cultura e do Governo do Paraná.

Na construção de sua linguagem, Vasarely incluiu a geometria, a física, os avanços tecnológicos, a química e os elementos plásticos para articular novas fontes poéticas, com a intenção de democratizar e socializar a arte. Em 1947, ele “reconhece que a forma e a cor podem significar o mundo e ampliar o horizonte da percepção estética. Através de suas formas desejava expressar uma visão espiritual do mundo: com simplicidade, nobreza, equilíbrio e a separação da pressão do tempo”, explica a curadora María Luz Cárdenas.


O artista

Victor Vasarely começou como gráfico em Paris, dedicando-se ao estudo da luz, do espaço e dos materiais. A partir de 1944, dedicou-se à escultura, desenvolvendo abstrações geométrico-construtivas. O sistema de "unidades plásticas", iniciado em 1959, representa a aplicação prática de suas concepções matemáticas e científicas no âmbito artístico. A técnica consistia em introduzir formas geométricas em um elemento básico de forma quadrangular, produzindo efeitos espaciais, cinéticos ou vibratórios a partir de variações lineares e cromáticas.

A utilização diferenciada de diversas formas geométricas na superfície e no espaço possibilitava a combinação ilimitada de redes de linhas e movimentos ondulatórios. As obras de Vasarely representam uma síntese entre a arte concreta e o construtivismo, bem como a possibilidade de controlar a obra de um ponto de vista racional e estético. Em 1976, concebeu um museu para a exibição das suas obras em Aix-en-Provence e, em 1981, foi inaugurado o Museu Vasarely, no Castelo de Gordes (Vaucluse).

Fonte: Museu Oscar Niemeyer - Paraná

O caminho é a Educação - Biblioteca de Medellín na Colômbia dá o exemplo com a implantação de uma super Biblioteca Parque






Medellín, na Colômbia, era uma cidade marcada pelo narcotráfico e pela violência. Mas a partir de 2006, com a inauguração de Bibliotecas Parque – uma biblioteca com um parque para que os leitores possam usufruir da leitura ao ar livre – a cidade elevou o seu nível educacional, fator que contribuiu para a diminuição do índice de violência.

Inspirando-se nesse projeto, foi implantada em Manguinhos, no Rio de Janeiro, a primeira Biblioteca Parque brasileira, em um espaço de 3,3 mil m², que sediava o antigo Depósito de Suprimento do Exército (1º DSUP). Essa área foi totalmente urbanizada, e se transformou no local de maior concentração de equipamentos sociais em uma comunidade carente da cidade, um complexo com ludoteca, filmoteca, sala de leitura para portadores de deficiências visuais, acervo digital de música, cineteatro(em construção), cafeteria (ainda não foi inaugurada), acesso gratuito à Internet e uma sala denominada Meu Bairro, para que os usuários façam reuniões da comunidade.

A Biblioteca Parque de Manguinhos é equipada com 40 computadores para internet livre, livros eletrônicos, 3 milhões de música em arquivo digital (do Imusica), 700 filmes em dvd, uma vasta coleção de quadrinhos e, sem esquecer dos livros, claro – são 25 mil títulos.
Todos os 28 funcionários da biblioteca são moradores da região e contratados pela Secretaria estadual de Cultura. Eles foram treinados para atender à todas as pessoas que visitarem o local.

Já a Biblioteca que ispirou a de Manguinhos, a de Medellín, na Colômbia é de uma estrutura super arrojada, e se destaca da paisagem com seu aspecto de grandes rochas lascadas, bruta por fora, mas exuberante por dentro.

Agora, não adianta o governo implantar bibliotecas nas áreas carentes e não despertar interesse da população pela leitura e melhorar a qualidade da educação nas escolas. As duas vertentes devem andar de mãos dadas, pois um livro não muda o mundo e sim pessoas. As pessoas são as que mudam o mundo...

A Biblioteca Parque de Manguinhos fica no endereço: Avenida Dom Helder Câmara, 1184
Tel: (21) 23348917

quinta-feira, 18 de novembro de 2010

Daniel Senise



Daniel Senise (Rio de Janeiro, 1955) é um pintor brasileiro. Formou-se em engenharia civil na UFRJ em 1980 e ficou conhecido com a participação na exposição Como vai você, Geração 80?, que foi realizada em 1984 (da qual também fez parte Eneas Valle, atualmente professor de Produção Cultural e de Escultura e Reciclagem na UFRJ). Foi aluno e professor na Escola de Artes Visuais do Parque Lage durante o período de 1986 a 1994.
Sua carreira obteve destaque em 1985 ao expor na Grande Tela da 18° Bienal de São Paulo. Daniel Senise percorreu o mundo com algumas exposições individuais, como no Museum of Contemporary Art of Chicago em 1991 e no Museo de Arte Contemporáneo de Monterrey em 1994.
No início de sua carreira, sua produção era focada em temas e volumes vazios de imagens indefinidas que eram retiradas de objetos do cotidiano. Ao final da década de 80, suas telas passam a adquirir cores intensas e variadas, enfocando paisagens imaginárias e descontínuas.
As pinturas Renascentistas também foram influência no trabalho de Senise, evocando o passado e a tradição para se compor uma arte contemporânea. Assim as pinturas de Senise são uma mistura de história da arte, imagens e a percepção atual da sociedade, abrindo-se para uma ampla combinação de experiências. Sua idéia é ativar o imaginário do espectador e criar diversas sensações.
Em 1998 foi publicado o livro Daniel Senise: ela que não está, pela Cosac & Naify, com textos de Ivo Mesquita, Dawn Ades e Gabriel Pérez-Barreiro.
Em 2002 foi lançado o livro Daniel Senise The Piano Factory, pela Andrea Jakobsson Estúdio Editorial, com 231 páginas. Dividido em nove capítulos, oito deles com textos do crítico Agnaldo Farias e outro de autoria de Alexandre Mello, o livro analisa a obra e o fazer de Senise. .[2]
No ano de 2005 Senise voltou dos EUA para o Brasil, onde retomou seu trabalho com processos orgânicos e passa a criar uma nova série de pinturas. Algumas de suas obras foram enviadas à Galeria Brito Cimino.
A técnica utilizada nessas obras é curiosa, pois ele trabalha com “impressões em madeira”, resultado de um acidente, Daniel trabalhava em seu ateliê quando percebeu que havia derramado tinta no chão, causando um efeito interessante, desde então passou a desenvolvê-la, cobrindo diferentes assoalhos de madeira com tecidos, jogando cola e tinta por cima para recriar textura. Depois começou a recortar e rearranjar as impressões, decompondo e recompondo os feixes impressos na matéria-prima.
No ano de 2006, Senise apresentou suas obras no Museu Oscar Niemeyer. A exposição foi composta por 23 pinturas, algumas inéditas na época. Segundo o curador Agnaldo Farias, a mostra enfatizou a apresentação de obras realizadas nos últimos quatro anos (2002-2006). Organizados em três séries, esses trabalhos são apresentados no núcleo chamadoChãos. Em algumas dessas obras, o artista criou suas superfícies com tecidos e lençóis provenientes de um hospital e de um hotel. As duas séries restantes mostram pinturas históricas do artista e outras composições mais complexas, compostas pela utilização de elementos arquitetônicos.[3]
Daniel Senise é conhecido como um artista que ativa o imaginário do espectador. Ele se preocupa com o modo de percepção e construção de imagens, pensa na imagem de forma fragmentada como instrumento de significação, identificação, recuperação e conhecimento do mundo complexo pós-moderno. Atualmente faz parte do projeto Absolut Brasil, em que criou uma garrafa personalizada para a campanha Absolut Vodka.

Daniel Senise atualmente também promove um curso de História da Arte na Biblioteca Parque de Manguinhos para aqueles interessados em conhecer um pouco sobre arte.

Mais recentemente, Daniel Senise está com uma exposição na Casa França Brasil -RJ, até o dia 10 de julho de 2011

Texto extraído do Blog Varal de Idéias http://cimitan.blogspot.com/